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Música e musicoterapia para crianças com dislexia

O poder da música influencia nossos cérebros, comportamentos e emoções em qualquer idade, especialmente em bebês e crianças. Não é um caso que a audição seja uma das modalidades sensoriais mais precoces no desenvolvimento humano, já na vida intrauterina. De fato, a audição começa a se desenvolver a partir da 20ª semana de gestação, as primeiras respostas fetais ao som acontecem em torno da 26ª semana e pela 35ª semana o feto é já capaz de criar memórias e aprendizagem. Os bebês preferem histórias ou músicas ouvidas repetidamente no último trimestre da gestação. Esse fenômeno é chamado de “aprendizagem transnatal”.

São inúmeras as pesquisas que mostram o quanto a educação e o treinamento musical moldam o desenvolvimento cerebral nas crianças, afetando as funções cognitivas, linguísticas e melhorando suas capacidades de escuta. Com relação à linguagem, foi visto que fazer dois anos de treinamento musical, ajuda as crianças a processar e compreender melhor os sons. De fato, música e linguagem são processadas em áreas parcialmente sobrepostas no cérebro, fazendo com que a música possa se tornar um forte aliado para pessoas com dificuldades de linguagem, tanto na fala quanto na escrita.

Em particular, recentemente tem sido valorizada a utilização do treinamento musical e da musicoterapia com crianças com dislexia. As pesquisas nessa área mostram que atividades de estimulação do processamento temporal e atividades rítmicas favorecem a consciência fonológica, a compreensão e a velocidade de leitura em crianças com dislexia, impactando dessa forma nas suas habilidades linguísticas. Por isso, a música pode ser um recurso de intervenção precoce de prevenção das dificuldades de leituras em crianças pré-escolares e escolares.

A Bitácora oferece um atendimento interdisciplinar, contando com a musicoterapia como recurso de expressão, interação e estimulação para pessoas de todas as idades, em sessões individuais ou em grupo. Em particular, através da estimulação, do treinamento musical e de atividades de expressão, interação e improvisação musical com crianças com dificuldades de leitura, a musicoterapia objetiva: facilitar a percepção e a discriminação rítmica e melódica, favorecer a coordenação motora, estimular a consciência fonológica, a atenção, a memória e as funções executivas, favorecer a expressão e a interação do grupo e estimular a iniciativa e a autoestima.

 

Ambra Palazzi: musicoterapeuta, ama cantar e utilizar a música como recurso de expressão, interação e estimulação com pessoas de todas as idades, desde bebês até a terceira idade.

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