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O que o TEA tem a ver com a Neuropsicologia?

A imagem do Autismo para muitas pessoas ainda é àquela de uma criança que não se comunica ou que “vive no seu mundinho” e faz movimentos estranhos com o corpo, se balançando ou fazendo os famosos “flappings” (maneirismos com os braços e mãos como se fossem bater asas). Além desses comportamentos, existem fatores muito mais complexos e uma variedade imensa de apresentações do transtorno, o que torna o Autismo uma das condições mais desafiadoras e intrigantes quando se fala em neurodesenvlvimento.

O Transtorno do espectro autista (TEA) é uma doença crônica que acomete crianças, adolescentes e adultos e se caracteriza por dificuldades importantes de comunicação e interação social e pela presença de comportamentos, interesses e atividades mais restritas, repetitivas e estereotipadas. Esses são os critérios utilizados para a realização do diagnóstico do TEA.

No entanto, o que se pode perceber é que existe uma gama de outras questões que afetam o dia-a-dia das pessoas com Autismo. Neste contexto é  que podemos nos servir da Neuropsicologia. Muitos estudos têm sido realizados para identificar e compreender o funcionamento cognitivo dessas pessoas. Alguns achados já estão estabelecidos, como comprometimentos no que se refere à Teoria da Mente, Coerência Central e Funções Executivas.

Esses três componentes neurocognitivos refletem dificuldades para compreender as expressões faciais de outras pessoas, entender o contexto de uma conversa, problemas de atenção, memória, planejamento, flexibilidade mental, entre outros fatores. Como pode-se imaginar, esses comprometimentos exercem um impacto direto na qualidade de vida, na aquisição de novos conhecimentos, na formação de vínculos, gerando muito sofrimento para a pessoa com TEA e para a sua família.

Por isso a identificação precoce e a intervenção com foco nas dificuldades comportamentais e neurocognitivas são tão importantes. Elas se entrelaçam, na medida em que não se pode separar o comportamento da cognição. Pelo contrário, precisa-se entender que o que acontece no cérebro estará refletido no comportamento. E isso não é diferente quando se fala em TEA. 

 

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